Deixou cair seu corpo ferido sobre o leito. Espalhou suas asas sobre a cama deixando parte da cauda tocar o chão frio. Ainda ofegava e podia sentir o cheiro de enxofre que impregnava o ambiente. Fechou os olhos bem forte e pensou em seus capatazes. A ferida fisgou. Num impulso cravou a garra na fisgada, rasgou a ferida até sentir que a dor transbordava seu corpo. O corpo queimava. Chorou a última vez. Deixou que o calor de seu corpo cauterizasse a carne exposta. Tentou se acalmar, antes de estremecer suas asas e se espalhar em seu leito quente de morte.
Faleceu.

Os primeiros raios de sol iluminavam e exibiam a plumagem dourada, imóvel, estendida na cama.
O despertador tocou, como era de costume.
O corpo relutou, mas acabou acordando.
Levantou com muito esforço, deixando cair sobre o chão as cinzas da noite anterior.
Sacudiu e levantou vôo, como manda o figurino.
2 comentários:
Draaaaaaaaama!!
Muito bonita a história, Gabi boazinha...
Parecia até que estava lendo a Maurolandia.
Bjs
Sds..
Postar um comentário